sexta-feira, 29 de abril de 2011

Penoso Despertar

Penoso Despertar
Luiz Carlos Meneses

Penoso despertar, após sonho intempestivo:
é tão doloroso ser insone!
A cada minuto some
a refinada habilidade de adormecer...


É dura a tarefa de recolher os despojos
e o espólio consagrado à desolação.
Quando tudo que se faz é vão,

pouco sobra do que se imaginava ser...


Vão os olhos brincar no vão infinito,
no finito, na imagem viva do que passou,
na escura parede do quarto onde estou.
O que brota em mim é indesejado.



Há o tempo em que tudo é simples,
tempo corrente, de tolice e ilusão.
Armei o circo e sou a atração:
no picadeiro, o espetáculo da vida vivida sem razão.

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Agradeço, prezado leitor e prezada leitora, por aceitar o "Convite".

Em meio a um período de grande turbulência, entre monografia, trabalho e outras questões,

a poesia, misteriosamente, permanece.
O convite sempre se refaz.


Grande e afetuoso abraço!

4 comentários:

  1. A permanência da sua poesia me acalenta!!! Obrigado por me permitir sempre estar nesse espaço... a emoção não me deixa escrever mais que isso!

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  2. Como sempre... Amei tudo... Cada detalhe triste e melancólico, mas se expressando de forma inteligente. Mas a parte que mas me tocou, foi:
    "Há o tempo em que tudo é simples,
    tempo corrente, de tolice e ilusão.
    Armei o circo e sou a atração:
    no picadeiro, o espetáculo da vida vivida sem razão."
    Tudo em um só... Aliás... Tudo que vale à pena ler... Apenas isso define suas poesias...

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  3. Éverton, Kelly e Amanda...
    Muito obrigado pelas palavras.
    É inspirador saber que, de alguma forma,
    meus textos tocam em sentimentos compartilhados...
    Volte sempre!
    Grande abraço!

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Olá! Seja bem-vindo e obrigado por aceitar o convite, leitor!