sexta-feira, 29 de abril de 2011

Penoso Despertar

Penoso Despertar
Luiz Carlos Meneses

Penoso despertar, após sonho intempestivo:
é tão doloroso ser insone!
A cada minuto some
a refinada habilidade de adormecer...


É dura a tarefa de recolher os despojos
e o espólio consagrado à desolação.
Quando tudo que se faz é vão,

pouco sobra do que se imaginava ser...


Vão os olhos brincar no vão infinito,
no finito, na imagem viva do que passou,
na escura parede do quarto onde estou.
O que brota em mim é indesejado.



Há o tempo em que tudo é simples,
tempo corrente, de tolice e ilusão.
Armei o circo e sou a atração:
no picadeiro, o espetáculo da vida vivida sem razão.

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Agradeço, prezado leitor e prezada leitora, por aceitar o "Convite".

Em meio a um período de grande turbulência, entre monografia, trabalho e outras questões,

a poesia, misteriosamente, permanece.
O convite sempre se refaz.


Grande e afetuoso abraço!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma Batida


Uma Batida
Luiz Carlos Meneses

A batida do coração
que ruge
e muge
e surge
vem me acordar.

Ela soa
e ressoa.
Se faz pessoa
com algum movimento.

E pulsa
é avulsa
e expulsa
de mim o maquinar.
Da máquina, o bafejar.

Ela é tortura
e pouco dura.
É vida pura
e vem me alentar...

A batida é esperta
faz um alerta
é ferida aberta
não tem solução.

A batida do coração
substitui o bocejo
alivia o pejo
de sangue é toda desejo
de sangue é toda tensão.

E vem me acordar
e vem me pulsar
e vem me alentar:

"pretenso humano".



Agradeço, prezado leitor, por aceitar o "Convite".
Após longo tempo sem postagens, a poesia se impõe a mim novamente.
Sigamos juntos dela, nesse convite que compartilhamos!


Abraços a todos e até!