quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Na Natureza Selvagem - Chris Mccandless


Saudações poéticas a todos!

Dessa vez, resolvi homenagear uma figura diferente. Não se trata de um poeta, mas de um apreciador da literatura que fez de sua vida um exemplo de coragem, desprendimento e vivência da poesia. Christopher Mccandless, ou como ele próprio se rebatizou, Alexander Supertramp.

Travei contato com Mccandless através do filme "Na Natureza Selvagem", de Sean Penn, e ficando profundamente tocado pela história, escrevi essa poesia simples, que registra uma homenagem a sua trajetória de vida. Deixo um agradecimento ao Marcus, que indicou e emprestou o filme!

Espero que gostem do poema e recomendo que assistam o filme. Ainda espero ler o livro em breve. Novamente agradeço ao pessoal que visita o blog. Novos projetos estão surgindo e movimentando os apreciadores da poesia!



Na Natureza Selvagem
Luiz Carlos Meneses
para Christopher Mccandless

Caminho na natureza intocada,
sentindo no rosto a brisa suave.
Tingido pelo mais agressivo sol,
perder-me-ei numa selvagem jornada...

Aspiro a dias de liberdade.

Vejo os olhares tão frios
e conheço cada mazela da sociedade.
Sei que os homens anularam-se,
sei que os homens perderam os brios...

Necessito estar sozinho.

Ergo minha voz contra a hipocrisia,
nego as falsas e tolas aparências.
Cabem em mim todas as lutas
e trago no peito a mais pura rebeldia...

Farei meu próprio destino:

agora eu caminho
na natureza selvagem...

Abraços a todos!

* uma leitora havia deixado um recado no orkut, elogiando os textos. Acabei excluindo esse recado acidentalmente e sem ter respondido. Então, se essa pessoa passar por aqui, fica o meu "muito obrigado"! Volte sempre e refaça o contato!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Olhares


Olhares
Luiz Carlos Meneses

Eclipsados olhos me percorrem,
astutos e sisudos como os seus.
Dizem-me ligeiros um singelo adeus,
e se vão para nunca mais, morrem...

Apanham-me no meio da rua escura,
e num momento que pouco perdura
trazem infinitas e estranhas sensações
de dor, medo, mistérios e paixões...

Há olhares que fazem eu me sentir jovial,
alguns me lançam no meio dum temporal,
e há inúmeros outros que me fazem chorar...

Olhares oblíquos, que desejo decifrar.
Olhares simples, que parecem algo dizer:
"parto, mas algo de mim contigo irá viver..."


* poema publicado no livro "Planador", da Academia Formiguense de Letras - AFL.

Abraços a todos e até breve!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Inútil Luta

Inútil Luta
Luiz Carlos Meneses


Na minha cabeça, o pensamento queima.
Nada mais posso fazer.
O pensamento não me deixa.

Não me deixa viver.


Eu bem que queria evitar.
Fiz de tudo que podia, em vão.

Enclausurar um homem é fácil.

Mas o pensamento não.


Se vou à rua, encontrar amigos,
se saio à noite, achar confusão.

Não importa o que faça,

o pensamento tem razão.


E faço de conta que não tenho cabeça.

Sento o martelo, deixo esfacelar.

Ou eu mato aquilo em que penso,

ou o que penso vai me matar.


E se o que penso explica o que sou,
se o que não quero pensar

é o que melhor me define,

me prendam: eu sou um crime.


Pois o que penso, o verso não diz.

O que penso, a boca não fala.

O que penso sempre me cala.

O que penso me contradiz.