terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Resgate

Resgate
Luiz Carlos Meneses 

Pra não deixar morrer,
decidi lhe ver.
Decidi aparecer,
só pra não deixar morrer.


Por ora há muito movimento,
a vida é toda confusão.
Falta fôlego, falta espaço,
sobra preocupação.


A cada dia, um dilúvio,
em cada noite um apagão.
O corpo range e reclama.
A cabeça queima em vão.


Mas ainda sou poeta, sabe?
Ainda sou pateta, profeta, pária apaixonado, plebeu e pagão.
E pra não morrer,
resolvi lhe dar a mão.


Eu te amo,
poesia.


E ainda estou aqui.

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E você, caro leitor, ainda está aí?